[Kde-i18n-pt_br] Situacao da traducao e propostas para o KDE

Og Maciel ogmaciel em gnome.org
Domingo Janeiro 13 05:53:00 CET 2008


Caro Mauricio,

Recebi de muito agrado o seu email e comentarios. Como todo mundo que
vive neste mundo de emails e conversar por irc, entendo completamente
como e' dificil de colocar (`as vezes) a enfase correta em palavras
digitadas. Entendo completamente como que meu email possa ter passado
a impressao de que eu estava sendo critico demais ou ate' mesmo me
gabando de algo. Foi justamente por saber disso tudo que meu segundo
email foi super simples e curto. Ao invez de retrucar e iniciar um
flame, simplesmente dei o beneficio da duvida ao sujeito, coisa que
nao tive.

> Sendo mais claro, não li um FUD na mensagem do Hélio. Li sim a tentativa
> de ser bem explícito, sem meias palavras. Og, sua mensagem anterior,
> embora bem intencionada, também me pareceu deselegante. Deselegante com
> o trabalho de quem vem fazendo a tradução, e com os outros
> colaboradores. Releia calmamente o que você escreveu, e talvez você veja
> que existe essa leitura, pelo menos possível. Algo como "a qualidade
> está abaixo do desejado, precisa mudar, precisa de chefes, eu sei como
> fazer, e vou dizer como tem que ser." Mas é bom saber que não era essa a
> intenção, algo que a mensagem clara do Hélio trouxe.

Uma pessoa que representa o grupo na America Latina e ja' tem alguns
anos de experiencia no mundo cibernetico deveria ter um pouco mais de
tato, nao acha? Ser direto nao e' defeito nenhum, mas ser sociavel e'
sempre uma boa escolha. Quem realmente me conhece sabe que nao "visto
nenhuma estrela" na minha camisa quando participo dos projetos que
participo. Alias, sou a pessoa que corre atras e procura solucionar os
problemas que sempre aparecem.

> Voltando à discussão principal, na verdade, esse processo de tentativa
> de centralização é algo que ocorre de maneira cíclica no projeto. Alguns
> módulos, como o kdegames, passaram por momentos onde uma ou duas pessoas
> "centralizavam" demais o processo, filtrando contribuições, ditando
> muitas regras. Historicamente, isso levou à lenta estagnação do módulo,
> que foi o que aconteceu durante parte do release 3.x, e levou quase à
> dissolução do time. Há mais ou menos um ano e meio começamos a quebrar
> isso, e o resultado foi uma melhora sensível na qualidade e no número de
> colaboradores.

Sobre isso so' posso realmente dar a minha opiniao de alguem que
acompanha esta lista ha' mais de um ano. Claro que a politica aberta e
flexivel em vigor e' algo que poderia atrair novos colaboradores. Para
voce ter uma ideia, um dia eu baixei um pacote, teminei a traducao,
revisei de cabo a rado e enviei. Um dia depois ja' tinha sido
committed. Otimo, certo? Mas o ponto que estou levantando e' que
precisamos de um sistema de QA mais rigoroso no projeto, e isso nao
quer dizer que falta confianca em ninguem. Foi justamente devido `a
minha experiencia com os projetos do GNOME, XFCE e Ubuntu que eu disse
isso. Nao foi gabacao nenhuma, mas sim uma tentativa de adicionar um
pouco mais de experiencia na discussao, com o unico intuito de poder
melhorar. Em momento nenhum foi minha intencao de fazer pouco caso das
traducoes e/ou tradutores do projeto.

> Tenho a impressão, não sei se o Og pode confirmar, pois ele é uma figura
> bem conhecida e respeitada na comunidade Gnome, que a composição dos
> projetos é bem diferente. No KDE vejo que 80% dos colaboradores ativos
> são voluntários, ou seja, não são pagos por uma empresa para trabalhar
> no KDE. No Gnome, acho que é mais ou menos o contrário. Corresponde, Og?

Nao... somos todos, ate' onde sei, voluntarios como voces tambem. O
bacana e' que todos aceitamos um dia que haviam muitas diferencas em
nossas traducoes a partir do GNOME 2.18 e comecamos um movimento para
padronizar as traducoes. Por exemplo, ninguem mais simplesmente traduz
o que e' novo ou falta ser traduzido. Uma vez voce se prontifica a
trabalhar em um pacote, tem a responsabilidade de revisa-lo por
inteiro. Os beneficios sao enormes (padronizacao de termos em geral e
dentro do proprio pacote por exemplo, o que nos da a flexibilidade
para que qualquer pessoa possa traduzir, sem medo de perder a
qualidade ja' cuidadosamente mantida pelo mantenedor anterior.

> Sinto que o projeto KDE trabalha
> melhor com uma estrutura mais descentralizada e menos hierarquizada.
> Naturalmente (e dependendo da atividade) aparecem líderes naturais para
> cada módulo, e estes vêm e vão, de acordo com a sua disponibilidade de
> tempo e contribuições. Não chega a ser "formalizada" essa liderança na
> forma de um título ou status que impeça ou filtre contribuições: é um
> estado passageiro que nasce da própria dinâmica de cada módulo. Acho que
> esse processo é resultado direto da máxima do KDE: "aquele que faz o
> trabalho decide".

Eu respeito muito esta opiniao, especialmente se a maioria concorda.
No GNOME, por exemplo, o processo e' diferente e ninguem tem titulo e
nem e' dono de pacotes. Temos no momento um committer (Leonardo) que
neste exato momento representa um bottleneck em nosso processo, e eu
gostaria muito de ver mais committers mas esta nao e' minha decisao.
Posso te dizer que o que voce disse no final do paragrafo acima
corresponde muito com a atitude dos projetos que ja' participo:
"aquele que faz o trabalho decide."

> Quanto aos "donos de módulos", acho que é algo a se lidar da mesma
> maneira que lidamos com os mantenedores de aplicações. É aquela pessoa
> que tem interesse naquele módulo, e trabalha bastante com ele. Mas não
> significa que contribuições de outros não sejam bem-vindas, muito pelo
> contrário.

Tambem usamos do mesmo tratamento no GNOME: se voce olhar o rhythmbox,
por exemplo, vera' que no mesmo ano de 2007 houveram 3 tradutores
diferentes (eu sendo um deles). Existem pessoas que de uma certa forma
"adotam" um pacote como sendo seu, mas isso nao impedi ninguem de
contribuir com o mesmo, bastando somente contactar o tradutor anterior
para que nao haja duplicidade de trabalho.

> Está ficando longo, mas acho que é uma discussão interessante, e acho
> que o Og pode trazer um olhar externo que é benéfico para o nosso
> esforço, de uma maneira ou de outra.

Agradeco o seu email Mauricio, e confirmo mais uma vez o meu interesse
em ajudar com o projeto de traducoes. Minha intencao e' de colocar na
mesa a experiencia que tenho com o unico objetivo de acrescentar algo
positivo. Estaria mais que interessado em uma reuniao via Skype para
trocar mais ideias.

Abracos,
-- 
Og B. Maciel

omaciel at foresightlinux.org
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