[Kde-i18n-pt_br] Nomes de Aplicativos & Menus

Raul Fernandes rgfernandes em correioweb.com.br
Quinta Março 25 13:37:46 CET 2004


Em Ter 23 Mar 2004 22:57, Henrique Pinto escreveu:
> > Realmente o KRápida Exibição fica meio esquisito e perde aquela ligação
> > com o nome original, mas... Por exemplo, o Word. Os norte americanos
> > vendo o nome Word já associam com processamento de textos. Excel. Excel
> > em inglês quer dizer excelência. Pouco tem haver com a sua função, mas dá
> > a idéia de que é o melhor programa para fazer o que ele faz. Alguém
> > discorda??
>
> Embora eu entenda o que você propõe, ainda tenho minhas dúvidas de que isso
> realmente funcionaria no Brasil...

Funciona. Somos pessoas (consumidores) da mesma forma que os norte
 americanos. Esse tipo de coisa parece inútil, mas são as coisas subliminares
 que tem mais força, porque você não se preocupa em discordar. Bem, isso é
 propaganda.

> > Entendeu que o nome dos programas já trazem uma associação junto com
> > eles?? Isso é o "marketing". A palavra para nós, brasileiros, não
> > significa nada, mas para os norte americanos, a palavra em si já dá uma
> > idéia de vendas, propaganda, etc...
> > Na minha opinião (pura e simplesmente a minha opinião), os nomes dos
> >  programas devem ser traduzidos de maneira a gerar uma associação desse
> > tipo. Um leigo vê o nome do programa e já tem uma idéia do que ele faz.
> > Um leigo vai num curso de informática e, quando o professor disser o nome
> > do programa e sua função, será algo associativo, fácil de lembrar, não
> > coisas jogadas a esmo. O word para os brasileiros que não sabem inglês é
> > uma palavra jogada a esmo, mas a maioria dos que entende de informática e
> > que diz para os leigos "esse é o melhor da informática" sabe inglês e faz
> > essa associação.
>
> O KDE é um projeto internacional. Traduzir os nomes de aplicativos gera
> certa confusão, quando usuários recebem ajuda em inglês (por exemplo: try
> using KBabel) e não conseguem encontrar os programas recomendados, porque
> eles figuram no menu com outro nome (no caso do KBabel, "Editor de
> POTFiles". Aliás, por que "POTFiles"? "Arquivos PO" não seria
> compreensível?). Se você acha que esse problema não ocorre na prática, pode
> procurar por algumas mensagens de franceses para as listas do KDE. Alguns
> nomes de programas são tão diferentes que é difícil identificar qual é o
> aplicativo em questão. Infelizmente, o único que consigo me lembrar agora é
> o Konqueror, que é traduzido como Konquerier, nada muito diferente do
> original.
>
> Ainda há outro problema: acabei de verificar que a tradução do nome do
> KChart é diferente em diferentes lugares. Por exemplo, no menu é KChart
> mesmo, e no aplicativo é GráficoK (argh!!!). Da mesma forma, podem haver
> mais
> inconsistências como essa. Não traduzir o nome dos programas resolveria
> isso.
>
> Para resolver esse problema, o projeto criou a propriedade "GenericName",
> um nome genérico para o aplicativo, que é traduzido. A idéia é manter o
> nome original do programa no menu e ao mesmo tempo fazer com que a função
> do mesmo fique clara para o usuário. E acho que você concordaria comigo que
> do ponto de vista da usabilidade, "Visualizador de Imagens (KView)" é
> melhor que "KVisualização".
>
> Embora eu considere o marketing importante, eu acredito que, nesse caso, o
> que se deve valorizar mais é a usabilidade.

Usabilidade??? Eu acho que se preocupar com a usabilidade é algo essencial,
mas o Linux é menos usado que o Windows não é pela usabilidade. O usuário se
sente mais confortável com o Windows não é pela usabilidade. Se você olhar
nos artigos que já escreveram sobre isso, verá que, atualmente, todos os
erros que apontam, o Windows também tem. E o que é pior, se não é parecido
com o Windows, não é bom, mesmo que a forma que usamos seja milhões de vezes
melhor. Sabe como é: "Ah, no Windows se eu clicar aqui, aparece aquilo, então
acho que o Linux para conquistar mercado deve fazer a mesma coisa". Se bem
que o nível desse tipo de discussão realmente se elevou ultimamente, e as
pessoas realmente vêem o Linux como uma alternativa hoje.

> > Vamos dar um exemplo bom. O Control Center. Qual fica melhor?? Control
> > Center ou Centro de Controle?? Para mim, milhões de vezes melhor o Centro
> > de Controle. É algo que eu entendo logo de cara sem precisar traduzir, e
> > o nome fica legal, ou seja, não irrita quando se ouve isso.
>
> "Centro de Controle" é um caso especial, pois é um componente (muito)
> básico do sistema. Da mesma forma que quase ninguém sabe que o nome do
> centro de controle do KDE é KControl, quantas pessoas você conhece que
> sabem que o painel do KDE chama Kicker?
>
> Para aplicativos que são percebidos não como sendo parte essencial do
> sistema, o nome (uma "identidade") torna-se mais importante.
>
> > Será que o konqueror não teria uma melhor imagem se for traduzido como
> > konquistador?? Ele teria a mesma idéia da versão inglês, porque
> > escolheram esse nome para demonstrar que o programa conquista todos os
> > espaços, ou seja, um visualizador universal.
>
> Embora eu simplesmente ame o nome do Konqueror (e Konquistador nem seja tão
> ruim assim...), não acredito que a maioria dos usuários faria essa conexão
> entre o nome e a função. As pessoas tem dificuldades para entender
> plenamente o que é o Konqueror até mesmo quando se explicita as funções do
> mesmo; a "metáfora" do nome seria incompreensível para grande parte da
> nossa base de usuários.
>
> Levando em conta isso e os pontos que já discuti anteriormente, sou contra.

Não é só a metáfora. Às vezes, é somente a força do nome. Tipo o excel. O que
tem haver com planilha eletrônica??? A maioria não sabe nem o que é planilha
eletrônica, mas usando um programa que é o melhor, é excelente, é muito
bom...
Konquistador é um nome forte. (Não estou dizendo para usá-lo. É só um
 exemplo, mas realmente pode ser usado). Imagina um leigo falando para outro:
 "eu uso o K-O-N-Q-U-I-S-T-A-D-O-R!!!"
Coisa besta, idiotice, mas a maior parte do público que não está no Linux é
desse tipo. Vamos encarar a realidade. Eu conheço pessoas que quando usam o
Linux somente apontam os defeitos (se baseando no Windows, como já disse).
Quando acham uma qualidade, ela não tem a mesma força dos defeitos. Percebe
aí um certo preconceito??
Os poucos que ainda estão no Windows e não são desse tipo, não conhecem o
Linux.

> > Poderíamos mudar totalmente o nome para que se faça algo elegante no
> > nosso idioma. Por exemplo, pensei com esse email se o kword não poderia
> > ser traduzido como escritor?? Claro, esse tipo de coisa seria muito bem
> > discutida antes de ser por em prática. E, nesses casos, deveríamos fazer
> > uma "tabela" de correspondência do nomes em inglês e em português, para
> > que os usuários que entendam inglês, que são poucos, não se percam com as
> > traduções. Claro, não precisa ser um tabela em si, mas algo onde possa se
> > achar essas correspondências.
>
> Sendo ou não uma tabela, isso teria que ser óbvio (como, por exemplo,
> incluindo tanto o nome traduzido como o original no menu) ou senão acabaria
> causando confusão aos usuários.

Com traduções cuidadosas, isso poderia ser evitado. Pensa, qual o melhor:
KPaciência ou KPat?? Tradução perfeita. Agora, o nome KPaciência gera alguma
dúvida quanto ao nome inglês?? Você ficaria perdido?? KGamão ou
KBackgammon??? De novo, você teria dúvidas?? Traduções cuidadosas. Claro,
isso associado com a tal da consistência. É KGamão aqui, então é KGamão em
qualquer lugar. Essa é uma preocupação, mas claro que você vai encontrar
situações que não há consistência. Isso é normal. É só corrigir.

> > "Você está falando de marketing, não acha que isso é muito para o nosso
> > caminhãozinho??" Eu acho que não, porque do outro lado, aquela grande
> > empresa se utiliza muito disso a toda hora, e se não nos preocuparmos com
> > isso, será muito mais difícil conseguirmos aceitação das pessoas. Não
> > precisamos contratar uma empresa somente para isso, se apenas pensarmos
> > 2, 3, 4 vezes na tradução, será suficiente para sair coisas maravilhosas.
>
> Eu acho o marketing *essencial* para o KDE. Não por causa daquela grande
> empresa, seja ela qual for. Mas por que a idéia que a maioria das pessoas
> tem em relação a sistemas Linux (ninguém, a não ser quem tem experiência
> com o sistema, sabe da distinção entre Linux, GNU e KDE) é de algo
> semelhante ao antigo DOS, algo antiquado, inferior. É preciso mostrar ao
> maior número de pessoas possível que a plataforma KGX é mais do que isso.
> Mesmo que seja para pessoas que não tenham nesse momento nenhum interesse
> em usar esse sistema.
>
> No meu colégio, o anúncio do abandono do Windows em favor do Debian causou
> pânico generalizado. A revolta foi incrível, porque as pessoas tinham uma
> imagem distorcida do que seria aquilo que elas conhecem como Linux. A
> maioria delas jamais tinha sonhado que havia algo como o KDE. Hoje, todos
> usam KDE sem maiores problemas, alguns já até me procuram pedindo o cd de
> instalação emprestado para eles testarem em casa.
>
> Acho que o foco do marketing tem que ser no sentido de fazer com que as
> pessoas passem a pelo menos saber da existência do sistema. O que nós temos
> que fazer é mostrar que o KDE existe, e que tem vários recursos
> interessantes. É despertar a curiosidade de todos, para que eles tenham
> vontade de conferir na prática como isso funciona. É acabar com o mito de
> que o KDE é apenas uma cópia do Windows, mostrar tudo o que ele tem de bom.
>
> E como fazer isso? Há várias maneiras. Uma delas, por exemplo, é escrever
> sobre recursos do KDE para revistas de informática, especialmente aquelas
> que não são voltadas especificamente para a comunidade linux. Um artigo
> sobre os KIOSlaves seria legal, muitas pessoas achariam interessante a
> possibilidade de, por exemplo, editar arquivos num servidor FTP
> diretamente, sem ter que primeiro fazer o download, depois modificar o
> arquivo e aí então fazer o upload. Similarmente existem outros slaves
> interessantes, como o fish e o tar e todos aqueles outros listados na seção
> "Protocolos" do Centro de Informações do KDE. É claro que há outros
> assuntos além dos KIOSlaves. DCOP poderia ser interessante também, assim
> como várias outras coisas. O KDE é uma caixa de surpresas, sempre tem algo
> bom que poderia ser mais exposto.
>
> E existe também um sub-projeto dentro do KDE (o Quality Team, que foi
> criado por um brasileiro) que poderia ganhar uma exposição maior aqui no
> Brasil. Estou certo de que haveriam vários novos contribuidores brasileiros
> para esse projeto se ele fosse mais conhecido por aqui.
>
> Obrigado!

Concordo perfeitamente com você. Fazendo tudo isso e traduzindo de forma
adequada, o resultado não seria alcançado mais facilmente?? Olhe: FORMA
ADEQUADA. Quem faz os artigos provavelmente são outras pessoas, quem traduz
somos nós. Traduzindo bem, estamos ajudando os que fazem os artigos.
Vou tentar fazer você ver uma última coisa. Você usa o KDE em inglês ou em
português, mesmo com esses *erros* de tradução?? Eu uso em português, apesar
de não ter problema em usar um programa em inglês. Por quê?? Fica mais
confortável para ler, para usar, para interagir...
Apesar de tudo, fica mais confortável ver tudo, digo tudo, em português.
Porque os franceses preferem traduzir tudo, tudo mesmo???
Na minha opinião, a idéia final deveria ser de que o programa deve ter uma
ÓTIMA tradução, se não, se utiliza o nome em inglês mesmo. Esse tipo de coisa
poderia ser exautivamente discutido, afinal, pensando só no konqueror, é o
mesmo nome desde o KDE 2.0. Se algum dia tivessemos mudado o nome, de forma
inteligente, o nome seria o mesmo até hoje. Existe muito tempo para se
discutir isso.
Tinha um tempo que tinhamos que pelo menos ter algo traduzido, pelo pior que
fosse a tradução. Hoje, temos que traduzir melhor.
Acho que vamos discutir, discutir, discutir e perceber que temos a mesma
idéia. Tradução?? Só se ficar melhor, mas deve ser feito a tentativa.

Raul Fernandes
rgfernandes em correioweb.com.br



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