[Kde-i18n-pt_br] Nomes de Aplicativos & Menus

Henrique Pinto henrique.pinto em kdemail.net
Quarta Março 24 02:57:36 CET 2004


Olá Raul!

Em Ter 23 Mar 2004 21:10, Raul Fernandes escreveu:
> Henrique,
>
> Eu concordo com você no sentido de que os nomes dos aplicativos devem ser
> "considerados" como nomes próprios e não serem traduzidos, mas em parte.
> Alguém deve ser lembrar que antigamente se traduziam os nomes próprios nos
> filmes e seriados que vinham do EUA, que dava um sentido muito mais próximo
> (da gente), confortável (para se entender) e nacionalista aos programas.
> Isso tem até hoje, pense no "Bob Esponja". O personagem é uma esponja.
> Perfeito. Seria melhor colocar o nome dele em inglês ou em português?? (Eu
> não sei o nome dele em inglês). 

<off-topic>
O nome em inglês do Bob Esponja Calça Quadrada é "Spounge Bob Square Pants".
</off-topic>

> Pense no Pink e Cérebro. Qual melhor: Pink 
> e Cérebro ou Pink e Brain???

<off-topic>
Acho que tanto faz... Nas versões mais novas do desenho pararam de traduzir o 
nome do Brain (eu nunca me acostumei a chamá-lo de Cérebro) e eu nunca vi 
nenhuma criancinha reclamando...
</off-topic>

> Realmente o KRápida Exibição fica meio esquisito e perde aquela ligação com
> o nome original, mas... Por exemplo, o Word. Os norte americanos vendo o
> nome Word já associam com processamento de textos. Excel. Excel em inglês
> quer dizer excelência. Pouco tem haver com a sua função, mas dá a idéia de
> que é o melhor programa para fazer o que ele faz. Alguém discorda??

Embora eu entenda o que você propõe, ainda tenho minhas dúvidas de que isso 
realmente funcionaria no Brasil...

> Entendeu que o nome dos programas já trazem uma associação junto com eles??
> Isso é o "marketing". A palavra para nós, brasileiros, não significa nada,
> mas para os norte americanos, a palavra em si já dá uma idéia de vendas,
> propaganda, etc...
> Na minha opinião (pura e simplesmente a minha opinião), os nomes dos
>  programas devem ser traduzidos de maneira a gerar uma associação desse
> tipo. Um leigo vê o nome do programa e já tem uma idéia do que ele faz. Um
> leigo vai num curso de informática e, quando o professor disser o nome do
> programa e sua função, será algo associativo, fácil de lembrar, não coisas
> jogadas a esmo. O word para os brasileiros que não sabem inglês é uma
> palavra jogada a esmo, mas a maioria dos que entende de informática e que
> diz para os leigos "esse é o melhor da informática" sabe inglês e faz essa
> associação.

O KDE é um projeto internacional. Traduzir os nomes de aplicativos gera certa 
confusão, quando usuários recebem ajuda em inglês (por exemplo: try using 
KBabel) e não conseguem encontrar os programas recomendados, porque eles 
figuram no menu com outro nome (no caso do KBabel, "Editor de POTFiles". 
Aliás, por que "POTFiles"? "Arquivos PO" não seria compreensível?). Se você 
acha que esse problema não ocorre na prática, pode procurar por algumas 
mensagens de franceses para as listas do KDE. Alguns nomes de programas são 
tão diferentes que é difícil identificar qual é o aplicativo em questão. 
Infelizmente, o único que consigo me lembrar agora é o Konqueror, que é 
traduzido como Konquerier, nada muito diferente do original.

Ainda há outro problema: acabei de verificar que a tradução do nome do KChart 
é diferente em diferentes lugares. Por exemplo, no menu é KChart mesmo, e no 
aplicativo é GráficoK (argh!!!). Da mesma forma, podem haver mais 
inconsistências como essa. Não traduzir o nome dos programas resolveria isso.

Para resolver esse problema, o projeto criou a propriedade "GenericName", um 
nome genérico para o aplicativo, que é traduzido. A idéia é manter o nome 
original do programa no menu e ao mesmo tempo fazer com que a função do mesmo 
fique clara para o usuário. E acho que você concordaria comigo que do ponto 
de vista da usabilidade, "Visualizador de Imagens (KView)" é melhor que 
"KVisualização".

Embora eu considere o marketing importante, eu acredito que, nesse caso, o que 
se deve valorizar mais é a usabilidade.

> Vamos dar um exemplo bom. O Control Center. Qual fica melhor?? Control
> Center ou Centro de Controle?? Para mim, milhões de vezes melhor o Centro
> de Controle. É algo que eu entendo logo de cara sem precisar traduzir, e o
> nome fica legal, ou seja, não irrita quando se ouve isso.

"Centro de Controle" é um caso especial, pois é um componente (muito) básico 
do sistema. Da mesma forma que quase ninguém sabe que o nome do centro de 
controle do KDE é KControl, quantas pessoas você conhece que sabem que o 
painel do KDE chama Kicker?

Para aplicativos que são percebidos não como sendo parte essencial do sistema, 
o nome (uma "identidade") torna-se mais importante.

> Será que o konqueror não teria uma melhor imagem se for traduzido como
> konquistador?? Ele teria a mesma idéia da versão inglês, porque escolheram
> esse nome para demonstrar que o programa conquista todos os espaços, ou
> seja, um visualizador universal.

Embora eu simplesmente ame o nome do Konqueror (e Konquistador nem seja tão 
ruim assim...), não acredito que a maioria dos usuários faria essa conexão 
entre o nome e a função. As pessoas tem dificuldades para entender plenamente 
o que é o Konqueror até mesmo quando se explicita as funções do mesmo; a 
"metáfora" do nome seria incompreensível para grande parte da nossa base de 
usuários.

Levando em conta isso e os pontos que já discuti anteriormente, sou contra.

> Poderíamos mudar totalmente o nome para que se faça algo elegante no nosso
> idioma. Por exemplo, pensei com esse email se o kword não poderia ser
> traduzido como escritor?? Claro, esse tipo de coisa seria muito bem
> discutida antes de ser por em prática. E, nesses casos, deveríamos fazer
> uma "tabela" de correspondência do nomes em inglês e em português, para que
> os usuários que entendam inglês, que são poucos, não se percam com as
> traduções. Claro, não precisa ser um tabela em si, mas algo onde possa se
> achar essas correspondências.

Sendo ou não uma tabela, isso teria que ser óbvio (como, por exemplo, 
incluindo tanto o nome traduzido como o original no menu) ou senão acabaria 
causando confusão aos usuários.

> "Você está falando de marketing, não acha que isso é muito para o nosso
> caminhãozinho??" Eu acho que não, porque do outro lado, aquela grande
> empresa se utiliza muito disso a toda hora, e se não nos preocuparmos com
> isso, será muito mais difícil conseguirmos aceitação das pessoas. Não
> precisamos contratar uma empresa somente para isso, se apenas pensarmos 2,
> 3, 4 vezes na tradução, será suficiente para sair coisas maravilhosas.

Eu acho o marketing *essencial* para o KDE. Não por causa daquela grande 
empresa, seja ela qual for. Mas por que a idéia que a maioria das pessoas tem 
em relação a sistemas Linux (ninguém, a não ser quem tem experiência com o 
sistema, sabe da distinção entre Linux, GNU e KDE) é de algo semelhante ao 
antigo DOS, algo antiquado, inferior. É preciso mostrar ao maior número de 
pessoas possível que a plataforma KGX é mais do que isso. Mesmo que seja para 
pessoas que não tenham nesse momento nenhum interesse em usar esse sistema.

No meu colégio, o anúncio do abandono do Windows em favor do Debian causou 
pânico generalizado. A revolta foi incrível, porque as pessoas tinham uma 
imagem distorcida do que seria aquilo que elas conhecem como Linux. A maioria 
delas jamais tinha sonhado que havia algo como o KDE. Hoje, todos usam KDE 
sem maiores problemas, alguns já até me procuram pedindo o cd de instalação 
emprestado para eles testarem em casa.

Acho que o foco do marketing tem que ser no sentido de fazer com que as 
pessoas passem a pelo menos saber da existência do sistema. O que nós temos 
que fazer é mostrar que o KDE existe, e que tem vários recursos 
interessantes. É despertar a curiosidade de todos, para que eles tenham 
vontade de conferir na prática como isso funciona. É acabar com o mito de que 
o KDE é apenas uma cópia do Windows, mostrar tudo o que ele tem de bom.

E como fazer isso? Há várias maneiras. Uma delas, por exemplo, é escrever 
sobre recursos do KDE para revistas de informática, especialmente aquelas que 
não são voltadas especificamente para a comunidade linux. Um artigo sobre os 
KIOSlaves seria legal, muitas pessoas achariam interessante a possibilidade 
de, por exemplo, editar arquivos num servidor FTP diretamente, sem ter que 
primeiro fazer o download, depois modificar o arquivo e aí então fazer o 
upload. Similarmente existem outros slaves interessantes, como o fish e o tar 
e todos aqueles outros listados na seção "Protocolos" do Centro de 
Informações do KDE. É claro que há outros assuntos além dos KIOSlaves. DCOP 
poderia ser interessante também, assim como várias outras coisas. O KDE é uma 
caixa de surpresas, sempre tem algo bom que poderia ser mais exposto.

E existe também um sub-projeto dentro do KDE (o Quality Team, que foi criado 
por um brasileiro) que poderia ganhar uma exposição maior aqui no Brasil. 
Estou certo de que haveriam vários novos contribuidores brasileiros para esse 
projeto se ele fosse mais conhecido por aqui.

Obrigado!

-- 
	Henrique Pinto
	henrique.pinto em kdemail.net



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